Retinopatia diabética: o que é, sintomas e formas de tratamento

Oftalmologista segurando mock up de olho para falar sobre retinopatia diabética - site Dr. Lauro Barata

A retinopatia diabética é um tipo de complicação da diabetes que atinge os olhos e pode levar à cegueira. Pacientes que sofrem de diabetes tipo 1 ou 2 podem desenvolver o problema se não houver um controle adequado da doença.

Esse tipo de retinopatia é muito preocupante, pois não há cura e não há sintomas em seu estágio inicial. Assim, muitas pessoas só procuram ajuda médica quando a enfermidade está em um estágio avançado, o que dificulta o controle.

No texto abaixo você conhecerá as fases da doença, suas causas, os sinais mais comuns, bem como os possíveis tratamentos. Acompanhe!

O que é retinopatia diabética?

A retinopatia diabética é uma doença na qual os vasos sanguíneos sofrem alterações. Ao ficarem expostos a um nível elevado de açúcar por um longo tempo, eles começam a acumular fluidos e a inchar. Assim novos vasos são criados, mas o líquido desses vasos acaba escapando para a retina e o vítreo, prejudicando a visão.

Para entender a gravidade do problema é preciso considerar que a retina é uma das partes mais importantes do olho. Ela é formada por células especiais que captam a luminosidade e transmitem a mensagem para o nervo óptico, que, por sua vez, leva-as até o cérebro, que as interpreta. É por meio desse processo que são geradas as imagens que enxergamos.

Então, quando os vasos sanguíneos da retina não estão saudáveis, as complicações podem ser severas, incluindo a cegueira.

Quais as fases da doença?

A doença é comumente dividida em duas fases:

  • Proliferativa: é a versão mais grave da doença. Ocorre quando ela está em seus estágios mais avançados, com a formação de novos vasos frágeis que podem se romper com facilidade, liberar fluidos na região e causar danos irreversíveis, se nenhuma intervenção for feita a tempo;
  • Não proliferativa: é um período em que a doença ainda não está tão avançada. Nesse caso ocorrem dilatações de vasos, obstruções e pequenas hemorragias, fazendo com que partes da retina não sejam supridas adequadamente.

O problema pode ser assintomático se o acúmulo de líquidos não afetar a mácula, que é a região central da retina. Mas se a mácula for atingida, as chances de o paciente ficar cego aumentam consideravelmente.

O que provoca a retinopatia diabética?

A retinopatia diabética ocorre quando há um descontrole da glicemia, o que acontece com maior frequência em pacientes com diabetes. Cerca de 75% dos pacientes com essa doença primária sofrem de retinopatia. Além disso, vale destacar que a chance de uma pessoa perder a visão é 25 vezes maior quando ela tem diabetes.

Qual é o sinal mais precoce da retinopatia diabética?

A retinopatia diabética é uma doença silenciosa, por isso os pacientes não costumam se queixar de qualquer sintoma em seus estágios iniciais. Entretanto, o problema pode ser diagnosticado precocemente em uma consulta com um oftalmologista.

Caso a pessoa tenha o hábito de visitar seu médico periodicamente, ele pode realizar uma avaliação completa de sua saúde ocular, o que inclui o exame de fundo de olho, que permite encontrar alterações na retina.

O exame é rápido e indolor. O oftalmologista utiliza um aparelho chamado de oftalmoscópio, que projeta uma luz no olho do paciente e permite a observação detalhada das estruturas internas. É usado um colírio para dilatar as pupilas e facilitar o processo.

Olho com vermelhidão - site Dr. Lauro Barata Oftalmologista de Belém - PA

Sintomas

Os sintomas da doença geralmente surgem quando ela está em um estágio moderado ou avançado. Eles são similares aos de outras patologias oculares e geram grande preocupação no paciente. Os principais são:

  • Distorção na visão;
  • Visão embaçada;
  • Manchas no campo de visão;
  • Perda da visão central ou periférica.

Como enxerga quem tem retinopatia diabética?

Um dos grandes riscos da retinopatia diabética é que antes de sua progressão para um estágio mais grave, o paciente irá enxergar normalmente, muitas vezes sem qualquer queixa visual, o que pode atrasar a busca por um médico e o diagnóstico da condição.

Mais tarde, a visão do paciente pode sofrer alterações que vão variar de pessoa para pessoa:

  • Visão menos nítida e dificuldade para focar, como se o paciente estivesse olhando através de uma janela com neblina;
  • Formação de pontos escuros no campo visual, bloqueando partes do ambiente;
  • Visão distorcida, como se o paciente estivesse olhando um reflexo em um curso d’água;
  • Perda gradativa da visão periférica, assim a pessoa enxerga o que está bem à frente, mas tem dificuldades para discernir o entorno;
  • As cores se tornam menos vivas e intensas e também desbotadas, como se a pessoa estivesse observando uma fotografia antiga;
  • Todos os problemas citados se tornam ainda mais graves durante a noite, então é possível que a vida noturna do paciente se torne menos agitada, já que a dificuldade em enxergar acaba afastando-o de muitas atividades sociais.

Tratamentos

A doença não tem cura, mas os tratamentos disponíveis podem retardar a progressão dos sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Uma das opções é a fotocoagulação, em que um laser é aplicado na retina. A luz é absorvida e ajuda a estabilizar o quadro.

O médico também pode receitar anti-inflamatórios que auxiliam na redução do inchaço e podem restaurar parcialmente a visão quando há casos de edema de mácula diabético. Os efeitos desse tratamento se prolongam por até 6 meses.

Depois o oftalmologista pode recomendar novamente a medicação, mas dessa vez de forma intravítrea, o que significa que os medicamentos são aplicados diretamente no globo ocular.

Em alguns casos é realizado o procedimento conhecido como vitrectomia, em que o paciente recebe uma anestesia local e sedação para a retirada, total ou parcial, do líquido gelatinoso que preenche parte do globo ocular, chamado de humor vítreo. A anestesia geral só é usada pelos especialistas quando o procedimento é realizado em crianças.

Essa cirurgia dura por volta de 20 minutos e os equipamentos modernos utilizados tornam a intervenção mais segura, com menor risco de complicações e facilidades no pós-operatório.

De forma geral, o paciente com retinopatia diabética se recupera da vitrectomia em apenas uma semana. Por fim, a melhor forma de tratamento é a prevenção, o que significa manter a diabetes sempre sob controle.

Compartilhe

Artigos recentes

plugins premium WordPress