O descolamento de retina é classificado como uma urgência médica, já que se não tratado pode levar o paciente à cegueira. O quadro não é doloroso e os sintomas nem sempre evoluem de forma rápida, o que faz com que a pessoa não perceba a gravidade do problema até que ele esteja em um estágio mais avançado.
A retina é um tipo de membrana que recobre toda a parte interna do globo ocular. Ela é extremamente fina e sensível, sendo formada por neurônios especiais que captam a luz e transmitem a informação para o nervo óptico. Então, quando ocorre um descolamento, a interação entre as diversas partes do olho fica prejudicada.
Neste texto abordaremos os sintomas dessa condição, suas causas e os tratamentos mais modernos disponíveis. Acompanhe!
O que é o descolamento de retina?
O descolamento de retina é caracterizado pelo desprendimento entre as duas camadas que formam essa estrutura. No tipo mais comum, um gel, chamado vítreo, que está preso à retina, começa a se desprender e, nesse movimento, pode fazer com que a estrutura se rompa em algum ponto e se desloque.
Quais os sintomas?
O problema não causa dor, mas possui três sintomas bem característicos:
- Flashes: o paciente começa a enxergar flashes no canto do olho, como se alguém estivesse tirando uma foto. O sintoma é mais perceptível à noite e pode variar de intensidade. Ele ocorre porque o gel vítreo traciona a retina e estimula suas células;
- Perda de visão: a parte descolada da retina não é mais capaz de transmitir os sinais adequadamente ao nervo óptico, o que pode resultar em perda parcial da visão. Caso haja um descolamento total, todo o campo visual será afetado. A captação de imagens da estrutura ocorre ao contrário, o que significa que se a pessoa tem dificuldades de enxergar na parte inferior do olho, a retina está descolada em sua parte superior e vice-versa;
- Moscas na visão: o paciente tem a impressão de que há insetos em seu campo visual e eles mudam de posição à medida que os olhos se movimentam.
As moscas podem ser grandes, pequenas, de formato linear, circular ou indefinido. Quando essas moscas aparecem em abundância e ganham uma cor avermelhada ou amarronzada, é um indício de que algum vaso sanguíneo no interior do olho se rompeu.
Quais as causas?
O problema pode surgir devido ao envelhecimento, já que com o passar do tempo o vítreo se desgruda da retina e pode provocar o seu descolamento. Além disso, existem outros fatores que merecem atenção:
- Miopia superior a 6 graus;
- Pacientes que sofrem de degeneração em lattice da retina, na qual a estrutura se torna mais fina e se descola com mais facilidade;
- Histórico familiar da doença;
- Histórico pessoal do problema;
- Traumas oculares;
- Lacerações na retina;
- Pacientes que passaram por cirurgias intraoculares.
O que acontece quando se tem descolamento de retina?
Quando ocorre o descolamento de retina, o fluxo sanguíneo no local é interrompido, podendo levar à morte do tecido. Então, quando a condição não é diagnosticada e tratada, o paciente pode ficar cego.
Quanto tempo a pessoa pode ficar com a retina descolada?
Não há uma definição de quanto tempo uma pessoa pode ficar com a retina descolada. Essa situação é considerada urgente, por isso o ideal é que o problema seja resolvido o mais rápido possível.
Os neurônios especiais que formam a retina podem sofrer danos com o descolamento e não têm capacidade de se regenerar. Então, se a condição persistir por muito tempo, há chances de que os tratamentos não sejam eficientes para restabelecer a visão.
Como enxerga uma pessoa com a retina descolada?
O paciente com a retina descolada passa a enxergar flashes e pequenos insetos. Além disso, pode haver perda progressiva da visão. Como a parte descolada da retina fica se movimentando no interior do olho, a pessoa pode ter a sensação de que há uma cortina diante dos olhos fechando-se pouco a pouco.
É possível reverter descolamento de retina?
Sim. O descolamento de retina pode ser revertido cirurgicamente. Quando a retina foi rompida pelo gel vítreo, mas ainda não se descolou, é possível tratar a condição de forma mais simples com uma fotocoagulação a laser. Entretanto, o período até que o descolamento ocorra costuma ser curto, não superando 1 semana.
Então, se nada for feito nesse período, será necessário recorrer a outros procedimentos um pouco mais complexos. São três principais:
Retinopatia pneumática
Um tipo especial de gás é aplicado no interior do olho, mais precisamente na cavidade em que fica o vítreo. Assim o gel é impedido de passar pelo rasgo na retina e com a expansão do gás a estrutura é pressionada para o seu lugar.
A presença do gás atrapalha a visão por cerca de 30 dias, mas ele é gradativamente absorvido pelo organismo.
Retinopexia
Nesse procedimento uma pequena faixa ou esponja de silicone é posicionada em torno do globo ocular, fazendo uma leve pressão que ajuda a retina a se fixar em seu lugar. O procedimento é um pouco mais invasivo, mas é a melhor opção em muitos casos.
O paciente pode se queixar de desconfortos nos primeiros quinze dias, quando é comum que a região fique inchada e vermelha.
Vitrectomia
São feitas microincisões na parte branca do olho, por onde o cirurgião oftalmologista introduz pequenos instrumentos cirúrgicos, como sondas de iluminação, pinças e um instrumento capaz de cortar e aspirar o gel vítreo.
Com acesso direto à área afetada, é possível fazer as devidas correções e reposicionar a retina.
Quando o paciente pode voltar às suas atividades após uma cirurgia de correção de descolamento de retina?
De forma geral, é recomendado que o paciente com descolamento de retina mantenha o máximo de repouso por pelo menos 15 dias após a cirurgia, evitando trabalho doméstico, atividade física e também relações sexuais. Por outro lado, é possível ler e assistir TV.
Conforme o tipo de procedimento realizado, o paciente também deve ser orientado sobre a melhor posição para manter a cabeça e potencializar os efeitos da cirurgia.



