A conjuntivite é um problema ocular que pode afetar qualquer pessoa, não importa a idade. E, provavelmente, você já teve que lidar com esse desconforto. Trata-se de uma inflamação que acomete a conjuntiva, a membrana fina e transparente que reveste a parte da frente dos nossos olhos e as pálpebras.
Isso acontece a partir de infecções por vírus ou bactérias, assim como por reações alérgicas. Também é importante ressaltar que é uma condição contagiosa. Por isso, precisamos ter cuidado para não contraí-la ou transmiti-la quando estivermos doentes.
Este texto vai lhe explicar os detalhes sobre o que é a doença, mostrar como se proteger e quais os tratamentos disponíveis. Continue lendo e descubra!
Quais são os sintomas?
A inflamação pode afetar apenas um olho, mas é mais comum que os dois globos oculares sofram com os sintomas de conjuntivite. São eles:
- Vermelhidão;
- Lacrimejamento;
- Muita secreção;
- Sensação de areia nos olhos;
- Sensibilidade à luz (fotofobia);
- Pálpebras inchadas;
- Coceira;
- Visão embaçada;
- Olhos “grudados” ao acordar, pelo excesso de secreção.
Esses incômodos podem variar de acordo com o fator que gerou a enfermidade. Portanto, também precisamos conhecer qual microrganismo está por trás da inflamação.
Qual é a causa da conjuntivite?
Existem os tipos principais de conjuntivite são três: viral; bacteriana e alérgica. Apesar de causarem sintomas similares, é possível perceber algumas diferenças. Entenda mais a seguir.
Viral
Como o próprio nome diz, está associada a um vírus e isso a torna a mais contagiosa. Geralmente, os dois olhos são afetados e o “vilão” por trás da inflamação é o adenovírus.
Assim, o paciente também pode perceber sinais comuns a um resfriado, como congestão nasal, coriza, irritação na garganta e até mesmo febre. Outro diferencial é a secreção, que é aquosa, fluida e transparente, com lacrimejamento persistente.
Bacteriana
A inflamação também pode ser bacteriana, com a Staphylococcus e a Streptococcus como as principais bactérias causadoras. Nessa situação, também há o perigo de contágio entre as pessoas.
Ao contrário da viral, a secreção deste caso pode ser amarelada ou esverdeada, até mesmo se assemelhando a pus. É necessário higienizar os olhos frequentemente para retirar esse fluido.
Conjuntivite alérgica
Por fim, existe ainda a conjuntivite alérgica, gerada quando alguma partícula alergênica irrita os nossos olhos. Partículas de poeira, poluição, esporos de fungos, ácaros e até pelos de animais podem gerar a irritação na conjuntiva.
Essa forma da inflamação não é contagiosa e o paciente costuma ter sinais semelhantes a uma alergia respiratória, como coriza e espirros. Além disso, a coceira nos olhos é maior e também está presente o inchaço nas pálpebras. Já as secreções não são tão persistentes quanto na viral e bacteriana.
Quantos dias a pessoa fica com conjuntivite?
Com tantos incômodos que causa, é normal que a pergunta mais comum seja o tempo que a conjuntivite dura. Esse período costuma ser de 7 a 15 dias, mas existem variações.
Na forma viral, por exemplo, é possível ver casos que se estendem até 20 dias, mas é claro que podemos controlar os sintomas para não prejudicar tanto o bem-estar do paciente.
Já a bacteriana é mais curta e, com os cuidados corretos, muitas pessoas se livram dos incômodos em até sete dias. Enquanto isso, a alérgica é o tipo menos complicado e, apesar do tratamento durar cerca de duas semanas, a melhora surge quando o paciente evita o fator que causou a alergia.
De que forma ocorre a transmissão?
O contágio acontece, principalmente, pelo contato com objetos utilizados pela pessoa doente. Compartilhar toalhas, roupas de cama, travesseiros e maquiagens é a maneira mais comum de contrair a doença, pois podem existir secreções nesses locais.
Quando há algum vírus envolvido, a transmissão ainda pode ocorrer pelos fluidos dos espirros e tosses.
Como tratar?
A boa notícia é que não se trata de uma doença grave, mas mesmo assim é essencial receber o tratamento correto, de acordo com a causa.
Quando o médico oftalmologista identifica que o microrganismo é um vírus, basta aplicar compressas de água fria nos olhos para aliviar os sintomas e acompanhar a evolução do caso.
No entanto, a bacteriana requer o uso de colírios antibióticos. Já na alérgica, os remédios anti-histamínicos ajudam, tanto na forma oral (comprimidos e gotas), quanto em colírios.
Apesar dos tratamentos não serem complicados, é preciso realizá-los com cuidado e apenas após a avaliação oftalmológica. Afinal, os medicamentos podem causar efeitos colaterais.
As sequelas, mesmo que raras, também existem e é preciso falar delas. Um exemplo é a úlcera de córnea, quando o uso inadequado de colírios danifica as células dessa parte frontal do globo ocular, aumentando ainda mais as chances de contrair infecções.
Outros cuidados importantes
Alguns bons hábitos em casa ajudam no controle dos sintomas e no tratamento para conjuntivite. Os recomendados são:
- Lavar os olhos com soro fisiológico;
- Aplicar compressas frias com água filtrada;
- Não utilizar maquiagens enquanto a doença persistir;
- Não usar lentes de contato;
- Quando não puder lavar os olhos, limpar as secreções com lenços descartáveis;
- Evitar coçar os olhos;
- Tampar nariz e boca ao tossir e espirrar, a fim de evitar a transmissão;
- Trocar as toalhas e fronhas dos travesseiros todos os dias enquanto estiver doente;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal.
Pergunte ao seu médico oftalmologista outros cuidados que ele recomenda especificamente para suas condições de saúde.
Existem formas de prevenir?
É como dizem: prevenir é melhor do que remediar. Portanto, saiba que é possível evitar a doença com as seguintes precauções orientadas pelo Ministério da Saúde:
- Usar óculos protetor ao entrar em piscinas;
- Não compartilhar pincéis de maquiagem e outros produtos do tipo;
- Higienizar corretamente as lentes de contato;
- Usar toalhas de papel para enxugar o rosto e mãos ou trocar diariamente as de tecido;
- Evitar tocar os olhos, especialmente com as mãos sujas.
Suspeita de conjuntivite? Procure o oftalmologista
Como você percebeu, os casos de conjuntivite não são todos iguais. É importante conhecer qual tipo da doença está presente para iniciar o tratamento adequado.
Portanto, não se automedique e agende uma avaliação com o médico oftalmologista. Com os cuidados corretos, a inflamação na conjuntiva pode ser tratada com tranquilidade e sem sequelas.